A vindima, para mim, era uma penitência.
Enquanto os meus amigos se divertiam, namoriscavam e bebiam as primeiras cervejas (ficavam bebados ao segundo copo), eu estava a vindimar… que m*rda!
A primeira tarefa da vindima, era deitar o vinho fora da colheita do ano anterior, que ainda estava nos pipos. Porra! era desmotivante…
Os meus pais não tinham uma quinta, tinham terras de cultivo, feias e desorganizadas, mas havia videiras espalhadas por todo o lado.
Acho que naquela altura as videiras serviam mais para segurar a terra do que para fazer vinho!
Como é que eu podia gostar daquilo, sabendo que me roubava os melhores tempos da adolescência?
Não só não gostava, como odiava!
Bem acho que já viste o filme… se calhar também passaste pelo mesmo!
Reservado para Membros do Clube.
Em Portugal, os nossos vinhos são de venda exclusiva para o nosso Clube de Clientes!
Não imaginas as saudades que eu tenho daqueles tempos, não sei se por estar a ficar mais velho, ou simplesmente porque me lembra o meu pai, que já faleceu.
Visito várias vezes aquelas terras. Conheço cada cada detalhe. O local onde bebiamos água no riacho, a pedra onde o trator quase capotava, ou o sítio onde havia mais morangos silvestres.
Será que estou a ficar “cota”?
Ao criar o vinho Tempura Tinto, todas estas memórias vieram à tona.